Redação Jornal Americanense

O grande fantasma masculino: O medo de falhar na hora H

A disfunção erétil atinge homens de todas as faixas etárias, classes sociais e crenças.

Existe uma porcentagem que tem como causa problemas físicos (diabetes não controlada, hipertensão, problemas vasculares, entre outros), mas a grande maioria é de causa emocional e psicológica.

Quais os fatores emocionais que podem comprometer a ereção masculina?

A principal delas é justamente o medo de falhar, de não conseguir ter uma relação completa, incluindo a penetração; medo de não satisfazer a parceria, medo de ser difamado como “brocha”, e por aí vai…

Então, vamos entender um pouco desta exigência masculina (e feminina) em ter uma bela performance sexual?

Historicamente, a sexualidade masculina foi mais estimulada e livre, comparativamente à mulher, que sempre foi reprimida.

No entanto, mesmo tendo esta liberdade maior, o homem cresce com alguns conceitos e valores sexuais distorcidos e prejudiciais à sua satisfação sexual.

Ele aprendeu que o homem tem que está disponível para o sexo independentemente de qualquer circunstância. Ao homem não é dado o direito de estar cansado, estressado, indisposto, com dor de cabeça (uma clássica desculpa feminina para não ter sexo), e até mesmo, sem vontade de fazer sexo (este, talvez, seja a menos aceito de todas as razões possíveis).

Que dó dos homens! Eles não podem chorar ou demonstrar emoções, eles não podem ser sensíveis, eles não podem ser fracos, e jamais podem falhar sexualmente.

Lembro de um atendimento recente em que um paciente relativamente jovem (38 anos) ficou dependente da medicação oral para disfunção erétil, que passou a fazer uso após uma única, vou repetir, UMA ÚNICA falha eretiva.

E eu perguntei qual era o maior medo dele. E como resposta ele me disse que o maior medo é “não conseguir dar conta da esposa”, não ser “homem o suficiente” pra ela.

Conseguem perceber o grau de exigência e obrigatoriedade que os homens têm em performar sexualmente?

E para a situação ficar ainda mais complicada, uma grande parte dos homens só entendem e aceitam como relação sexual onde haja pênis-vagina-penetração. Ou seja, se não tiver penetração, eles não consideram efetivamente como relação sexual.

Daí temos mais um grande problema: muitos destes homens acreditam que a mulher tem orgasmo com a penetração. Isso significa que, se ele não tiver ereção, não será capaz de proporcionar prazer a sua parceria.

Desconhecem o fato de que 85% das mulheres não tem orgasmo exclusivamente com a penetração, mas sim com a estimulação do clitóris.

Desconhem que, se não tiverem habilidade para estimular esta parceria de maneiras variadas e criativas, a penetração poderá ser prazerosa somente para ele e não para sua parceria.

Desconhecem, inclusive, que as mulheres não têm orgasmo em 100% das vezes que fazem sexo e que está tudo bem, que isto não é um problema. Problema será se, em mais de 50% das vezes que tiverem encontros sexuais ela não conseguir ter orgasmo de nenhuma maneira.

Enfim, ainda existem muitos mitos, tabus e preconceitos sexuais que só servem para criar problemas e inviabilizar o prazer e satisfação sexual das pessoas.

Existe ainda muito trabalho a ser feito, mas eu sou brasileira: não desisto nunca!

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