Americana vai realizar 1º Fórum de Luta Antimanicomial

A Prefeitura de Americana, por meio da Secretaria de Saúde, vai realizar no dia 20 de maio, sábado, o 1º Fórum de Luta Antimanicomial, cujo tema será “ A Luta Antimanicomial: cenário atual, seus desafios e a importância da articulação em rede”. O evento vai acontecer no auditório “Jamil Salomão” da FAM (Faculdade de Americana), das 8h às 13h30, aberto à população em geral. Não haverá inscrição prévia, bastando comparecer no horário estipulado. O endereço da FAM é Avenida Joaquim Boer, nº 733 – Jardim Luciane.

O Fórum está sendo organizado pelos profissionais da rede especializada em saúde mental do município, com a participação de representantes do DRS-7 (Departamento Regional de Saúde – Campinas) e da FAM. A escolha da data se deu em razão do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado no dia 18 de maio.

De acordo com a supervisora de saúde mental do município e idealizadora do Fórum, Paula Reimão, o objetivo do evento é estimular a discussão acerca da saúde mental e posturas institucionais a partir de uma perspectiva saudável, livre de preconceitos e promotora da saúde.

“Esta será uma grande oportunidade para repensarmos nosso papel enquanto profissional e sujeito no contexto atual, discutirmos sobre as ações articuladas dos equipamentos de rede e, principalmente, o papel do vínculo, da família nessa construção”, declarou.

A partir das discussões será construído um documento com as demandas e propostas que surgirem nos grupos operativos, o qual servirá como base para o desenvolvimento de uma frente de saúde mental no município.

Essa frente irá desenvolver ações voltadas à prevenção, cuidado e promoção da saúde mental, além de apoiar e articular atividades que já existem com esse mesmo viés, seguindo o movimento antimanicomial.

A expectativa do secretário de Saúde Danilo Carvalho Oliveira é de que o evento proporcione amplo debate, com propostas inovadoras, além de servir como parâmetro para futuros encontros sobre essa temática.  

“A ideia é iniciar um movimento que sirva de base para novas proposituras, com iniciativas inovadoras na área da saúde mental. Será o primeiro fórum sobre a luta antimanicomial no município, mas a nossa intenção é que seja o primeiro de muitos, porque hoje nós vivemos uma realidade que exige total acolhimento e atenção redobrada nessa área tão sensível da saúde”, explicou.

Movimento da Luta Antimanicomial

De acordo com o Ministério da Saúde, o Movimento da Luta Antimanicomial se caracteriza pela luta pelos direitos das pessoas com sofrimento mental. Tem como princípio o combate à ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental.

O Movimento faz lembrar que como todo cidadão, estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direito a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de sua cidadania.

O Movimento da Reforma Psiquiátrica se iniciou no final da década de 1970, em pleno processo de redemocratização do país, e em 1987 teve dois marcos importantes para a escolha do dia que simboliza essa luta, com o Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, em Bauru/SP, e a 1ª Conferência Nacional de Saúde Mental, em Brasília.

Com o lema “por uma sociedade sem manicômios”, diferentes categorias profissionais, associações de usuários e familiares, instituições acadêmicas, representações políticas e outros segmentos da sociedade questionam o modelo clássico de assistência centrado em internações em hospitais psiquiátricos.

Esses grupos organizados denunciam as graves violações aos direitos das pessoas com transtornos mentais e propõem a reorganização do modelo de atenção em saúde mental no Brasil, a partir de serviços abertos, comunitários e territorializados, buscando a garantia da cidadania de usuários e familiares, historicamente discriminados e excluídos da sociedade.

Assim como o processo do Movimento da Reforma Sanitária, que resultou na garantia constitucional da saúde como direito de todos e dever do Estado, através da criação do SUS (Sistema Único de Saúde), o Movimento da Reforma Psiquiátrica resultou na aprovação da Lei 10.216/2001, nomeada “Lei Paulo Delgado”, que trata da proteção dos direitos das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo de assistência.

Este marco legal estabelece a responsabilidade do Estado no desenvolvimento da política de saúde mental no Brasil, através do fechamento de hospitais psiquiátricos, abertura de novos serviços comunitários e participação social no acompanhamento de sua implementação.

Rede de saúde mental em Americana

Em Americana, a rede de saúde mental é constituída de três unidades de Caps (Centro de Atenção Psicossocial), locais de referência para o tratamento das pessoas com intenso sofrimento psíquico, como os transtornos mentais graves e persistentes, que buscam preservar e fortalecer os laços sociais do usuário em seu território.

São eles: o “Arte & Vida”, com atendimento para adultos, o Infantojuvenil “Larissa de Almeida” e o Caps AD (álcool e outras drogas) “Nova Vida”, para adultos com grave comprometimento decorrente do uso de substâncias psicoativas.

O acompanhamento é realizado por uma equipe técnica multidisciplinar, intervindo de forma interdisciplinar, articulada com os aparelhos sociais e culturais do município. O tratamento no Caps permite que as relações dos usuários com seus familiares e a comunidade sejam preservadas, evitando o isolamento do antigo modelo hospitalocêntrico, mantendo assim o vínculo social e a vida comunitária.

COmpartilhe

Facebook
X
WhatsApp

RECOMENDAMOS PARA VOCÊ

Saúde

24 out 2025

O Núcleo de Especialidades de Americana viveu uma manhã diferente e cheia de alegria com a visita dos cães terapeutas

Saúde

23 out 2025

A Unacon (Unidade de Alta Complexidade em Oncologia), em Americana, passa a contar com um novo ambiente dedicado ao fortalecimento

Polícia, Saúde

22 out 2025

Uma paciente do Distrito Federal será indenizada em R$ 40 mil após ter uma compressa cirúrgica esquecida no abdômen por

Brasil, Saúde

21 out 2025

Fabíola da Costa, de 32 anos, que estava em estado vegetativo nos Estados Unidos, chegou ao Brasil nesta segunda-feira (20)

Política, Saúde

20 out 2025

A Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste é alvo de denúncias por atrasos nos pagamentos de profissionais da saúde. Em entrevista

Saúde

16 out 2025

Um homem de 58 anos desenvolveu metástase meses depois de receber um fígado com tumor maligno em um transplante realizado

Anunciar ou recomendar matéria