Como torcedor do São Paulo não poderia estar mais feliz com o campeonato inédito conquistado, mas por mais que eu queira escrever sobre o título do último domingo, preciso falar de mais um absurdo da esquerda brasileira. Na final entre São Paulo e Flamengo, uma assessora do Governo Federal foi ao Morumbi a trabalho e ofendeu uma das maiores torcidas do Brasil, além do povo de um estado.
A senhora Marcelle Decothé acompanhava a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em uma ação antirracismo no Estádio do Morumbi, quando resolveu postar em suas redes sociais as seguintes palavras: “Torcida Branca, que não canta. Descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste”.
Parece piada, mas ela se preocupou em não usar “o” e “a” a pretexto de respeitar o gênero das pessoas, ao mesmo tempo em que atacou um povo inteiro de forma tosca e grosseira.
Essa é a ideia de política pública do ministério? Tentar mudar a língua portuguesa para um vocabulário estapafúrdio, sem pé nem cabeça, enquanto uma funcionária comete xenofobia?
E sobre São Paulo, o que falar? Este é um estado construído pela diversidade, que acolheu meus avós, chegados da Itália décadas atrás, acolheu negros, brancos, retirantes e imigrantes de praticamente todas as origens e credos. É preciso ser muito ignorante para se referir ao nosso estado de forma tão leviana, sem reconhecer a maior pluralidade do Brasil.
É com o suor do trabalhador de São Paulo, inclusive, que se paga boa parte da conta deste desgoverno, inclusive para que ela viaje em um avião da FAB e ofenda aqueles para quem deveria trabalhar.
Não quero entrar aqui em clubismo, pois a coisa é mais grave, mas que se registre que o São Paulo Futebol Clube é diverso, tem torcedores espalhados em todo o país e ídolos de diferentes etnias, gêneros e origens.
Então, sra. Marcelle, como um “paulistA” e “São-PaulinO” que paga o seu salário, acho que o mínimo a ser feito foi você ter sido “demitidA”.
Franco Sardelli é Chefe de Gabinete da Prefeitura de Americana, presidente do PL (Partido Liberal) no município e graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.