Uma investigação da Polícia Federal revelou que uma fábrica clandestina instalada em Santa Bárbara d’Oeste produzia fuzis de guerra que abasteciam o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro. A operação foi destaque no Fantástico deste domingo (2).
Segundo a PF, o local funcionava com 11 equipamentos industriais de alta precisão, como tornos e fresadoras, e tinha capacidade para fabricar até 3.500 fuzis por ano. Na ação, os agentes apreenderam 150 fuzis prontos e mais de 30 mil peças destinadas à montagem das armas. O delegado responsável afirmou que os equipamentos custavam milhões de reais e que a estrutura era comparável à de uma indústria legal.
As investigações apontam que Rafael Xavier do Nascimento era o responsável por transportar os fuzis de São Paulo para o Complexo do Alemão, no Rio, realizando o trajeto ao menos uma vez por mês. Ele foi preso em flagrante na Via Dutra. Outro suspeito, Anderson Custódio Gomes, também foi detido ao lado de um comparsa enquanto levava peças suficientes para montar 80 fuzis. O depósito da quadrilha ficava em Americana.
A fachada da operação criminosa era um CNPJ registrado como fábrica de peças aeronáuticas, de propriedade do piloto Gabriel Carvalho Belchior. De acordo com a PF, Belchior enviava dos Estados Unidos fuzis desmontados, escondidos dentro de piscinas infláveis, para posterior montagem em São Paulo. Ele está foragido.
No Rio de Janeiro, as armas eram vendidas para o Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do país. A PF segue investigando o envolvimento de outros suspeitos e a extensão da rede de distribuição das armas produzidas na fábrica paulista.






