Em entrevista à jornalista Eunice Ramos nesta terça-feira (30), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou que não vê nada de anormal no processo eleitoral recente da Venezuela. “Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40 e pouco por cento. Um concorda, o outro não. Entra na Justiça e a Justiça faz”, afirmou Lula, enfatizando que acredita que o processo é “normal e tranquilo”.
A declaração de Lula surge em um contexto de crescente desconfiança internacional sobre a reeleição do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Líderes de diversos países expressaram preocupações significativas. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou sérias dúvidas sobre se os resultados refletem a vontade do povo venezuelano. Por sua vez, o presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou que seu governo não reconhecerá qualquer resultado eleitoral que não seja verificável.
O presidente da Argentina, Javier Milei, usou a rede social X para postar uma mensagem contundente: “MADURO DITADOR, FORA!!!”. O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, também se posicionou, dizendo que não é possível reconhecer uma vitória sem confiança nos mecanismos utilizados para alcançá-la.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, expressou “muitas dúvidas sobre a condução regular das eleições na Venezuela”, refletindo uma preocupação compartilhada por vários outros líderes internacionais.
Em resposta a essas críticas, a Venezuela anunciou a retirada dos corpos diplomáticos da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai do país, alegando que as declarações desses países “atentam contra a soberania nacional”. Na manhã desta quarta-feira (31), o regime de Maduro mantém um cerco à embaixada da Argentina em Caracas, intensificando ainda mais a tensão diplomática.