Com alta na intenção de compra, a data pode ser uma grande oportunidade para os varejistas que se planejarem
A Black Friday é uma das datas mais aguardadas pelos comerciantes de todo o país. Isso porque o período é marcado pelo volume elevado de consumidores em busca de boas promoções para realizar seus sonhos de consumo ou até mesmo, antecipar as compras do Natal. Independente da motivação, a data é uma grande oportunidade de fazer negócios e alavancar as vendas mas, para isso, os lojistas precisam se preparar. Especialistas do Senac Americana dão orientações que vão desde o processo logístico até o cuidado com os sistemas on-line.
Com o orçamento comprometido devido a alta da inflação e, consequentemente, a queda do poder de compra, o brasileiro está em busca de boas promoções. É o que mostra a pesquisa de agosto de 2022 encomendada pelo Google ao Instituto Ipsos. Segundo os dados levantados, 7 em cada 10 brasileiros têm a intenção de fazer compras nesta Black Friday.
Diante de tantos potenciais consumidores, o varejista deve estar preparado para que toda a sua engrenagem, desde o sistema de vendas, até a entrega do produto, esteja fluindo bem. Para isso, precisa se atentar a alguns pontos.
Mônica Marcio e Willian Ferreira dos Santos, docentes da área de gestão e negócios do Senac Americana, indicam que, antes de fazer qualquer anúncio, o lojista deve se atentar aos custos financeiros nas vendas promocionais, de forma a oferecer descontos realmente atrativos, mas que sejam financeiramente viáveis ao seu negócio. Além disso, recomendam que seja feito um planejamento prévio, que garanta o bom funcionamento de todo o processo de logística.
Os especialistas aconselham os comerciantes a se direcionarem por fluxogramas bem estruturados de processos, fazendo o monitoramento de estoque considerando níveis de reservas adequados (máximo, mínimo e ponto de ressuprimento) e realizar uma previsão de demanda ajustada à tendência de mercado.
Sobre as formas de pagamento, é recomendado driblar os longos prazos para recebimento, evitando assim, o desencaixe no fluxo de caixa.
Vendas on-line exigem mais cuidados
Se tratando de vendas on-line, há ainda algumas dicas adicionais. Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), nesta Black Friday, o número de pedidos on-line deve ultrapassar R$ 8,3 milhões e o e-commerce brasileiro deve movimentar R$ 6,05 bilhões. Os dados revelam uma forte tendência de compras on-line, o que significa um maior fluxo de consumidores nas plataformas de vendas. O que parece ser o sonho de todo comerciante, pode virar uma “dor de cabeça”, se não houver cuidado prévio com o sistema de venda utilizado.
Frank Tramontin, docente da área de TI do Senac Americana, recomenda que seja designada uma pessoa responsável em acompanhar as demandas no site. Além disso, ressalta a importância de, se possível, integrar o sistema de venda on-line ao sistema off-line da empresa. Essas medidas visam evitar que, durante uma falha de conexão, o consumidor conclua a compra de um produto que já não está disponível no estoque.
Em todo caso, Tramontin aconselha que os comerciantes se atentem para a possibilidade de obter o cadastro do cliente. Assim, se houver algum erro durante o processo de compra, o empreendimento poderá tentar retomar o contato com esse consumidor posteriormente.
Guto Xavier, também docente da área de TI da unidade, ressalta a necessidade de entrar em contato previamente com o suporte da plataforma utilizada pela empresa e questionar se o sistema está preparado para o aumento de demandas, e se atentar ao que está previsto em contrato.
“É importante perguntar o que acontece se a plataforma não suportar e sair do ar, qual o tempo garantido para retorno? Quais garantias tenho de não sair prejudicado em caso de queda?”, alerta.
Por fim, Mônica Márcio destaca que a capacitação e atualização contínua de empresários e de toda a sua equipe é fundamental. “Por meio de cursos, é possível ter acesso a ferramentas importantes para a boa gestão do negócio em momentos do cotidiano, de promoções e sazonalidade”, conclui.