Redação Jornal Americanense

Rafael de Barros: Para quem o livre mercado é bom?

Sempre que se fala em Livre Mercado a ideia política que vem à mente da maioria das pessoas é que “ah, isso é assunto de direita”. A segunda crença, também errônea, e explicarei abaixo, é que esse é um pensamento que favorece principalmente os mais ricos, em detrimento dos menos favorecidos economicamente.

O livre mercado não deveria ser encarado como uma pauta apenas da “Direita” visto que comprovadamente é a forma mais eficiente de se desenvolver economicamente um país, estado ou município.

E sobre o segundo ponto, o de que o livre mercado favoreceria principalmente os mais ricos, posso lhes afirmar que não só esta afirmação está errada como, ao contrário, o que acontece num verdadeiro livre mercado é exatamente o oposto.

Isto porque pensar em livre mercado significa pensar em um mercado sem regulação excessiva dos governos. No livre mercado participa a empresa que quiser participar, e o veredicto final de quais delas ficam e tem sucesso e de quem não participará mais do mercado não é do governo, mas sim dos consumidores.

O principal item que caracteriza o livre mercado é a livre concorrência. No livre mercado, sem regulação estatal excessiva, o número de empresas participando de um mesmo setor da economia é muito maior, amentando consideravelmente a concorrência entre elas.

Agora eu lhes pergunto: se você tem uma empresa, que precisa do máximo de clientes possível, e que busca o maior lucro possível, para você seria melhor trabalhar sozinho neste setor e todos os clientes precisarem obrigatoriamente do seu produto ou você gostaria de disputar cliente a cliente no mercado com uma quantidade enorme de concorrentes?

Obviamente que o cenário dos sonhos de qualquer empresa é poder ser única no seu ramo de atividade e ter todos os clientes à sua disposição oferecendo o produto que quiser, no valor que achar que deve vender.

Pois bem, está então explicado o porquê de que o livre mercado não é o sonho dos empresários. E é aí que explico que o livre mercado é na verdade, bom para os consumidores, bom para a sociedade, e bom, principalmente para os menos abastados economicamente.

Num livre mercado, com a livre concorrência entre diversas empresas, estas precisam disputar intensamente a atenção e a preferência dos clientes. Se uma empresa quiser permanecer saudável e ativa no mercado ela terá que ter um produto melhor que os concorrentes, ou mais barato que os concorrentes, ou as duas coisas juntas.

Se a empresa oferecer um produto ou serviço ruim, logo ninguém mais irá querer comprar o que ela oferece, mesmo que o governo não diga isso, e se ela vender um produto igual à outra, mas num preço maior, também terá dificuldade em vende-lo.

Com isso, no final das contas, num livre mercado verdadeiro sempre teremos os melhores produtos possíveis, no menor preço possível. E é por isso que em países onde a economia não é tão regulada quanto no Brasil (temos agências reguladores muito fortes em praticamente todos os setores importantes) os produtos são mais modernos e incrivelmente mais baratos que aqui (claro que temos também a carga tributária influenciando nos preços).

Para finalizar esse resumo sobre o assunto, o livre mercado é o “terror” dos empresários preguiçosos, pois eles terão que trabalhar muito para melhorar sua eficiência, seus produtos, serviços e preços para conquistar o cliente.

Ao mesmo tempo, para a população, e principalmente aos menos favorecidos economicamente, o livre mercado faz com que esses possam adquirir produtos e serviços melhores (e que isso não seja apenas coisas de quem tem dinheiro para pagar mais) por menores preços, aumentando o poder de compra de seus salários, e melhorando a qualidade de vida de sua família.

Quer melhorar um produto ou serviço com concomitante redução de preço dos mesmos? Basta estimular a concorrência. O resto a própria disputa pelos clientes fará o serviço.

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