Inspirada pelo exemplo de solidariedade e dedicação ao próximo que vivenciou em sua família, a empresária Maria Fernanda Grecco Meneghel encontrou uma forma de transformar o cuidado com a saúde em um movimento que impacta toda a comunidade americanense. Em 2011 nasceu a Rosa do Bem, com a missão de conscientizar e promover a prevenção do câncer de mama em Americana. Ao longo dos quase 14 anos, o movimento cresceu, criando ações que transformam a sociedade, apoiam mulheres, celebram a importância do amor e do cuidado. Nessa entrevista ao JA, Maria Fernanda fala do início do projeto, das parcerias e dos resultados do trabalho dedicado à saúde.
O que motivou a criação do Instituto Rosa do Bem em 2011? Houve um momento específico que impulsionou essa decisão?
Seguindo os exemplos de meus avós e de meus pais, acabei sempre disposta em fazer algo pelas pessoas que não têm condições e precisam de nosso empenho. Então, juntamente com meu marido José Luiz, durante muitos anos, ajudamos o Frei Leonel Vieira, no Jardim Primavera, até seu falecimento. Sem ele à frente, o projeto infelizmente parou. Nesse momento, eu já estava bem com a minha fábrica e queria fazer algo que impactasse na melhoria da saúde da nossa cidade. Foi aí que conheci o Hospital de Amor e percebi que, através da informação e de ações específicas, poderíamos com o diagnóstico precoce salvar vidas. O Rosa do Bem surgiu em 2011 com esse objetivo.
Durante os quase 14 anos de existência, realizamos diversas ações com o objetivo de impactar a sociedade americanense, com foco na saúde, na prevenção e na importância do amor.
Desde 2015, o Rosa do Bem teve o nome patenteado e se tornou um movimento próprio, realizando diversas parcerias que promovem ações abertas e também para as mulheres que foram diagnosticadas ao longo dos anos pela campanha e que são acompanhadas durante todo o ano. Elas são nossas flores, exemplo desabrochado da semente plantada.
“Nosso trabalho tem foco principalmente na prevenção, em estimular os hábitos saudáveis e a tomada de atitude de cada um pela vida”
Como o movimento Rosa do Bem se diferencia de outros projetos de combate ao câncer, tanto locais quanto nacionais?
Nosso trabalho tem foco principalmente na prevenção, em estimular os hábitos saudáveis e a tomada de atitude de cada um pela vida. Diferentemente de outros projetos, nosso trabalho de conscientização e também de acompanhamento das pacientes que fazem parte do nosso grupo acontece durante o ano todo. Quem acompanha nossas redes sociais sabe que outubro é nossa campanha, mas em todos os outros meses seguimos divulgando ações que impactam a sociedade pela conscientização.
Quais são as principais iniciativas promovidas pelo Instituto Rosa do Bem atualmente?
Temos a realização de mamografias gratuitas, sendo que, no total, 9.198 mamografias já foram feitas, além de 1.113 exames de Papanicolau. Em 2024, faremos 600.
A iluminação rosa da Avenida Brasil durante todo o mês de outubro também é uma iniciativa do Rosa do Bem; palestras em entidades e empresas; atividades abertas ao público, como eventos musicais; e, claro, a nossa Caminhada Por Amor à Vida, que já atraiu mais de 73 mil pessoas somando os públicos de todos os anos. A troca da camiseta por alimentos também ajuda mais de 20 entidades assistenciais de Americana todos os anos.
Temos ainda as nossas parcerias, que acontecem durante o ano todo e proporcionam atividades para nossas flores, como a FAM (Faculdade de Americana), com ações diversas; academia, hidroginástica e pilates com o Sesi; a ioga, com a professora Deise Carli; a nutrição individual, com a Tatiana Seleguini; a fonoaudióloga Gisele Bertin, a educadora física Sabrina Colpani; a dermatologista Daniela Ferro, com o tratamento da alopecia; entre outros amigos e parceiros. Essas ações são divulgadas e servem como estímulo para toda a sociedade, ressaltando a importância dos exercícios físicos para a prevenção do câncer de mama e tantas outras doenças.
Quais são os planos futuros do Instituto Rosa do Bem para expandir suas ações e alcançar ainda mais pessoas?
Todos os anos trazemos novidades à nossa campanha que contribuem com o crescimento da nossa causa. Esse ano mesmo teremos um evento, no dia 7 de outubro, no Teatro Municipal, como lançamento da nossa 14ª edição, com apresentação dos “Os Pitais”, uma banda sem formação fixa. O grupo é formado por músicos tarimbados do rock nacional, de várias gerações, que tocam como se não houvesse o amanhã em hospitais, abrigos e ONGs.
Fazem parte dos Os Pitais, por exemplo, o Kiko Zambianchi, um dos maiores nomes da música brasileira; André Frateschi, atual vocalista da banda Legião Urbana; Leoni, fundador e compositor de memoráveis hits do Kid Abelha; Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura; além de músicos de bandas relevantes do repertório nacional, como NX Zero, Cachorro Grande e Raimundos.
O que você gostaria de dizer às pessoas que desejam se envolver no trabalho voluntário ou que estão enfrentando o diagnóstico de câncer?
As pessoas podem ajudar muito o Rosa do Bem de uma maneira muito simples: compartilhando nossas publicações, ajudando a disseminar as informações que divulgamos, participando das nossas ações. A atitude de cada um pela qualidade de vida também é fundamental. Há quanto tempo você não olha para você? Quando foi a última vez que fez seu exame de mamografia? E as mulheres da sua família?
Para quem já recebeu o diagnóstico, é preciso pensar positivo e saber que existe muita vida após o câncer. Trabalhe sua espiritualidade, mude seus hábitos, olhe para você, faça o tratamento certinho com a certeza da cura porque ela virá.