No último domingo tivemos o primeiro turno das eleições para presidente do Brasil e governadores dos estados, além de eleições para o legislativo federal e estadual.
Algo que vimos muito fortemente nas eleições de 2018 e que achávamos que era específico daquele momento voltou a acontecer, e de forma ainda mais intensa desta vez: a famosa polarização.
A grande maioria dos deputados e senadores eleitos, bem como o cenário das eleições para presidentes e governadores seguiram a tendência do ambiente polarizado, elegendo quem estava apoiando claramente o candidato da esquerda, Lula, ou o candidato da direita, Bolsonaro.
Pois bem, se analisarmos friamente o resultado de todos os cargos é fácil perceber que sobrou pouco espaço para os que se diziam “nem-nem” (nem Lula nem Bolsonaro). Tivemos um grande esvaziamento dos votos dos candidatos que não se posicionaram claramente dentro de um desses dois espectros.
Longe de mim, aqui, dizer que isso é certo ou desejável, já que nuances para os dois lados aumentariam nossas opções de voto e fortaleceriam a democracia como um todo. No entanto, essa é a realidade dos fatos.
O Brasil (e outros lugares do mundo seguem a mesma tendência) vem tendo cada vez mais o comportamento político que vemos por exemplo nos EUA, onde temos os Democratas e os Republicanos (lá também existem outros partidos, mas são irrelevantes), que trabalham e defendem posições de esquerda e de direita, respectivamente.
E por que isso vem acontecendo aqui? É culpa do Bolsonaro? É culpa do Lula? Na minha opinião, não. Claro que a presença dos dois, um combatendo o outro, tornou essa polarização muito mais intensa, com ares de partida de futebol e suas torcidas organizadas. Mas, na minha opinião, isso é fruto do grande aumento de informação e a facilidade de propagação de conhecimentos e notícias que hoje temos através da internet.
Hoje, qualquer pessoa em qualquer parte do Brasil consegue se ver em um dos lados desta polarização, e consegue identificar também em qualquer canto do país quem é a pessoa que se identifica para o representar e representar seus ideais. E quando você tem alguém que vai defender algo muito diferente do que você acredita ser o correto, você busca a pessoa que é capaz de te “salvar” deste alguém. Logo, você encontra outros tantos em redes sociais que pensam como você, e seu “time” vai se formando e se fortalecendo “contra o adversário”.
E como a internet não tem fronteiras, não necessariamente também você irá votar em alguém da sua cidade. É “desejável”, mas não obrigatório aos olhos do eleitor. Ele vai preferir confiar seu voto a quem claramente defenda seus ideais ou que combata o ideal oposto.
Enfim, grandes ensinamentos tivemos nas duas últimas eleições federais. Minha visão, e minha aposta é essa, neste momento. E a sua, qual é?
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.