População cobra responsáveis e questiona conhecimento de Omar Najar (MDB), prefeito na ocasião
A presença de substância cancerígena na água de Americana causou revolta nos moradores que protestam contra o ex-prefeito Omar Najar (MDB) e Departamento de Água e Esgoto de Americana (DAE). Dados foram divulgados nesta segunda-feira (07) e repercute na cidade.
Com base nos dados da SISAGUA (Sistema de Informação e Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), a ONG Repórter divulgou que entre 2018 e 2020, havia quantidade superior ao indicado como “seguro” da substância rádio-228 na água de Americana, o que causou preocupação da população. De acordo com o Ministério da Saúde, a substância é classificada como cancerígena.
Além disto, foram encontradas nas análises realizadas no biênio 18-20 agrotóxicos como DDT, DDD e DDE. Ainda de acordo com o divulgado pela ONG, estas substâncias são proibidas no Brasil.
Médicos alertam: tais substâncias, acima do nível permitido, causam impacto silencioso para a saúde dos moradores. Se consumidos diariamente, pode, ao longo prazo, desenvolver doenças, problemas no fígado, insuficiência hepática e renal, problemas neurológicos e, em casos mais extremos, câncer.
Além de Americana, a ONG Repórter Brasil afirma que outras 699 cidades tiveram a água da torneira contaminada.
REPERCUSSÃO
Em nota oficial, a assessoria do DAE afirma que o departamento realiza periodicamente testes para medir a qualidade da água e garantir que sempre esteja dentro dos parâmetros legais.
Nas redes sociais, o caso repercutiu negativamente. Moradores questionam se o prefeito da época, Omar Najar (MDB) não estava ciente dos estudos e também criticam a qualidade do serviço prestado à população pelo DAE.
“Será que nas mansões do Jardim Girassol também consumiram essa mesma água que nós ou lá tem artesianos? Nas análises a água estava Dentro dos limites permitidos pela OMS ou limites do DAE?”, questiona a morada M. em seu perfil na rede social.
Outro morador critica: “Além de faltar água todo dia, quando vem ainda vem (sic) com veneno”.
E há quem preferiu protestar com bom humor, caso do morador F.: “(…) eu fico até sem escovar os dentes no trampo (sic) só por causa dessa água tudo (sic) poluída”
Omar Najar (MDB)
A redação do Jornal Americanense entrou em contato com o ex-prefeito Omar Najar (MDB), que constatou perplexidade com o caso. “É algo extremamente sério e que deve ser corrigido o quanto antes”, afirmou.
Em conversa com o JA, o ex-prefeito informou que uma das prioridades do mandato sempre foi melhorar as condições de vida e fornecimento à população. Entre elas, o cuidado com a água.
“O tratamento de água de Americana, como nós pegamos na época, estava precário. Nós estruturamos, fizemos análises e melhoramos. Antes, a água em Americana parecia leite, saia com um forte cheiro. Nós conseguimos melhorar a qualidade e eliminar tudo isso. Deixamos a água cristalina, incolor”.
Questionado, Najar informou que tomou conhecimento do caso através da repercussão na imprensa e que até então desconhecia o uso de tais substâncias. “O laboratório do DAE existe. O controle da situação química existe e nossa prioridade sempre foi a melhor qualidade da água. A parte química, eu pouco entendo, então não posso opinar sobre essa parte que foge do meu conhecimento”, afirma.
Najar declarou ainda que espera resposta eficaz e rápida do laboratório técnico para análise, entendimento do ocorrido e ações para que isso não se repita no futuro.
“A parte mais importante para uma cidade é a água que fornecemos para a população. É uma situação de (fazer uma) análise bem feita e que o erro seja corrigido, pois é um caso muito sério”, conclui.