Um grupo de proprietárias de escolas particulares conveniadas ao programa Bolsa Creche da Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste tem se mobilizado para relatar dificuldades enfrentadas desde o início do ano letivo. Segundo as gestoras, o número de crianças encaminhadas pelo poder público teria diminuído e em alguns casos, ficando abaixo do previsto nos contratos. Elas afirmam também que não houve reajuste nos valores repassados por criança e que, até o momento, não foram firmados novos contratos. Atualmente, 1.073 alunos são atendidos pelo Bolsa Creche no município.
De acordo com as representantes das escolas, o valor atual pago por alunos do Maternal 2 e 3 — R$667,16 por mês, o que equivale a cerca de R$ 22 por dia por aluno — é destinado a cobrir, entre outras despesas, cinco refeições diárias, elaboradas com acompanhamento nutricional, além de custos com aluguel, energia elétrica, dedetização, limpeza da caixa d’água e controle sanitário, exigido semestralmente pelos órgãos de fiscalização. A contratação de nutricionistas e a elaboração dos cardápios, segundo as educadoras, também são de responsabilidade das instituições, o que, somado aos reajustes salariais obrigatórios para profissionais da educação, teria afetado diretamente a receita das instituições.
Elas afirmam que, diante da situação, procuraram vereadores e representantes da Prefeitura para apresentar suas preocupações. Ainda segundo as gestoras, em reuniões realizadas com a administração municipal, foi mencionada a possibilidade de um reajuste e de uma reavaliação dos valores praticados na região, mas, até o momento, não teriam recebido retorno conclusivo.
Em conversas internas, parte das gestoras ventila a possibilidade de interromper temporariamente o atendimento, caso não haja uma solução viável. “A preocupação maior é com as crianças e com a qualidade do serviço. Mas, do jeito que está, está ficando inviável”, afirmou uma gestora que preferiu não se identificar.
O JA entrou em contato com a Prefeitura de Santa Bárbara mas, até o fechamento desta publicação, não obteve resposta em relação a possíveis reajustes e regularização dos contratos e o que a Prefeitura pretende fazer caso a paralisação ocorra.