A Petrobras informou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que será necessário reajustar o preço do diesel em breve. A defasagem nos preços praticados pela estatal em relação ao mercado internacional tem se tornado insustentável, de acordo com a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom). No caso do diesel, essa diferença chega a 16%, representando mais de R$ 0,50 por litro. O aumento é necessário para equilibrar as contas da empresa e garantir a competitividade, especialmente em um cenário de alta volatilidade do mercado internacional.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, comunicou ao governo que o reajuste no diesel deve ser de até R$ 0,25 por litro. No entanto, não há previsão de alteração nos preços da gasolina ou do gás de cozinha. A estatal reforçou que a decisão será analisada cuidadosamente, levando em consideração o impacto econômico e social do aumento, especialmente em um momento em que a inflação e os custos com alimentos ainda preocupam o governo.
Outro fator que pressiona o custo dos combustíveis é o aumento do ICMS, que entrará em vigor no próximo sábado (1º). A elevação tributária representará um acréscimo de R$ 0,10 por litro na gasolina e R$ 0,06 no diesel, ampliando os custos ao consumidor final. Essa combinação de fatores gera apreensão no governo, que busca alternativas para amenizar os impactos financeiros sobre a população, principalmente os caminhoneiros e setores mais dependentes do diesel.
O governo de Lula tem demonstrado preocupação com a repercussão do reajuste, especialmente devido ao momento político delicado. O Planalto tenta evitar que o aumento de combustíveis cause desgaste na opinião pública, já que o custo do diesel tem impacto direto no preço do transporte de cargas e, consequentemente, na cadeia produtiva. Para mitigar os efeitos, interlocutores do governo sugerem medidas compensatórias, como subsídios temporários ou programas de apoio aos setores mais afetados.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil