Redação Jornal Americanense

Em entrevista ao JA, Molina afirma que se assumir como deputado não tentará a Prefeitura

Ricardo Molina é formado em engenharia de produção. Nascido em Estrela d’Oeste, ele está em Americana desde 2000, tendo chegado à região aos 16 anos. Em 2018, foi candidato a deputado federal pelo PRB, atingindo cerca de 21 mil votos. Em 2020 foi candidato a vice-prefeito na chapa de Rafael Macris (PSDB) e em 2022 foi candidato a deputado estadual pelo Republicanos, sendo o mais votado da região com cerca de 52 mil votos.

Jornal Americanense: Por que você veio para a região?

Ricardo Molina: Em 1995 eu vim para a região porque não havia faculdades onde eu nasci. Eu acabei vindo para cá para fazer engenharia de produção na Unimep. Era uma das poucas faculdades no estado que oferecia esse curso. Eu estudava em Santa Bárbara e trabalhava em Paulínia para poder pagar os estudos.

JA: Você acompanhou a ascensão do basquete americanense nos anos 2000. Como foi a experiência?

RM: No interior a gente se envolve muito com o esporte. Com 14 anos eu deixei minha casa para ir para a cidade de Jales para poder jogar nas categorias de base de basquete da cidade. Por dois anos, fiquei morando e estudando em Jales em função do basquete. Quando vim para a nossa região e passei a trabalhar com marketing na Unimed, havia um projeto de basquete cuja categoria adulta estava parada. Na época eu pedi para bancar o basquete. E aí começou o envolvimento mais forte com o basquete aqui em Americana. Foi um trabalho difícil porque foi uma retomada. A partir de 2009, 2010, nós passamos a ganhar todos os campeonatos.

JA: Por que você decidiu entrar para a política e se filiar ao Republicanos em 2018?

RM: Quando eu decidi fazer faculdade de engenharia e seguir a profissão fazendo gestão nas empresas, assumindo diretorias, eu estava muito focado no meu desenvolvimento e naquilo que para mim era a minha missão. Convivendo em Americana, não tem como não se envolver com política. A cidade já teve quatro deputados. É uma cidade bastante envolvida com política. Eu acompanhava, mas sempre pensava que em algum momento a gente teria que participar do processo. Em 2018, pela minha cabeça e por Deus eu pensei: Eu quero ser candidato a deputado federal. Não houve nenhum tipo de indicação. Foi uma coisa exclusivamente minha.

JA: Quando você escolheu o Republicanos foi por indicação ou questão ideológica?

RM: Foram dois motivos. Primeiro eu queria um partido que fosse à direita. Quando eu decidi entrar na política, eu não queria entrar na política para testar nome. Eu precisava buscar uma legenda em que eu tivesse condições de me eleger. Eu fui procurar um partido em que eu pudesse unir o útil ao agradável. Eu cheguei ao Republicanos, na época PRB, e o partido me deu a legenda, desconfiado porque eu nunca havia participado de nada e, realmente, naquele momento eu fiquei muito perdido, porque era muito diferente da gestão privada. Depois desse período, eu fiquei um pouco chateado não por não ter vencido, mas porque a gente consegue ver de perto o quanto as políticas públicas podem resolver a vida das pessoas. Foi uma transformação para mim muito grande.

JA: Em 2018, você teve uma votação expressiva para uma primeira vez. Após a eleição, você sente que mudou o posicionamento do partido com você?

RM: Na minha primeira conversa com o presidente estadual do Republicanos eu falei: vou ser candidato a deputado federal. Ele me olhou e falou: você já foi secretário, participou de campanha? Eu falei: não, nunca. Ele deu uma risadinha. ‘Se você quer tentar, não tem problema, eu te dou a legenda’. Respondi: vocês podem me ajudar com material, com estrutura? ‘Não, não podemos’. Mas por quê? Ele falou: Molina, você tem zero votos e na política quem tem zero votos não tem peso. Para mim, aquilo foi uma gasolina. Depois que acabou a eleição, eu confesso que o partido ficou mais animado do que eu. Em 2022, nós saímos à eleição e já em janeiro de 2021, eu decidi traçar o objetivo de sair como candidato a deputado estadual, porque Americana não tinha mais representantes na área. Com mais calma e experiência, nós fomos aprendendo, ouvindo as pessoas de todos os lugares da região, para aprender mais sobre políticas públicas.

“Foi um crime o que aconteceu na cidade de Americana”

JA: Pensando em um todo, você acha que foi um erro de estratégia dos partidos não eleger nenhum deputado, nem federal nem estadual, na região?

RM: Foi um crime o que aconteceu na cidade de Americana. Nós tínhamos candidatos com possibilidades de vencer as eleições e outros que entraram somente para cumprir a tabela. Nós tínhamos em Americana um monte de candidatos, muitos deles saíram para que o Molina não pudesse ter mais votos, atingir o seu objetivo. Essas coisas na política machucam a gente porque a gente tinha que se unir. Foi muito mais uma jogada política do que um erro partidário. Foi a política de dividir os votos para vários vereadores candidatos e não eleger ninguém.

JA: Com a parceria entre o Republicanos e o União Brasil, você pretende disputar as eleições no próximo ano?

RM: A partir do momento em que a gente atinge 52 mil votos sem nenhum tipo de apoio político direto, as pessoas passam a se perguntar se a gente vai sair candidato a prefeito. É um momento em que eu preciso ouvir as pessoas. Se a gente assumir como deputado até a eleição, a gente não vai abrir mão do cargo para sair como candidato a prefeito. Mas pode acontecer também de eu não assumir a cadeira. Eu estou montando um grupo aqui em Americana. Se não for o Molina, nós ainda não temos um candidato para disputar as eleições. Então eu tenho que esperar, conversar com as pessoas e decidir o caminho a tomar. 

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