Redação Jornal Americanense

Em confusão envolvendo vereador Dr. Daniel, médica é acusada de agredir presidente da Fusame

Parlamentar e esposa teriam discutido com servidor, que acusou ela de lhe dar tapas e socos, e ele de ameaçá-la; Daniel nega ter havido agressão física. Vídeo registra breve momento da confusão

O presidente da Fusame (Fundação de Saúde de Americana), Douglas Ferreira, registrou depoimento e boletim de ocorrência acusando a médica do HM, Adriana Cardoso, de agredi-lo fisicamente e de ter sido ameaçado pelo marido dela, o vereador e também médico Daniel Cardoso (PDT). A confusão ocorreu na noite desta terça-feira (4) no Hospital Municipal “Dr. Waldemar Tebaldi” durante o plantão. Ao JA, o vereador negou que tenha havido agressões físicas contra o servidor do município e disse que ele, Daniel, é que teria sido agredido por um outro profissional da Saúde.

Adriana foi acusada de desferir tapas e socos no presidente da Fusame, com quem já tem problemas há algum tempo, tendo sido até mesmo proibida pela Justiça de citar seu nome em público. A confusão teria ocorrido dentro do próprio hospital na presença de outras pessoas.

Adriana não atendeu ao JA, mas seu esposo, o médico e vereador Daniel Cardoso confirmou que houve troca de agressões verbais sem, no entanto, ter havido vias de fato entre a médica e o presidente da Fusame.

Em vídeo que circulou nesta manhã, Daniel chama Douglas para “resolver lá fora”, ao que a doutora Adriana completa, “vou te dar um pau lá fora”. O vídeo não mostra nada específico ocorrendo.

A confusão terminou com a chegada da Gama, que registrou a ocorrência e de acordo com o registro do boletim, “foi constatada violência em várias partes do corpo da vítima.”

Entenda o caso
A confusão teria começado, segundo os depoimentos prestados à polícia pelas partes envolvidas, a partir de uma visita de vistoria do vereador Vagner Malheiros (PSDB) ao HM. De acordo com o depoimento de Douglas à Polícia, Vagner teria sido autorizado para entrar em uma ala específica do HM, porém pouco tempo depois, teria sido constatado que o vereador e Dra. Adriana estariam em uma outra ala sem autorização da diretoria.

O presidente da Fusame teria declarado que “aquele não é o local de trabalho da referida médica, chamou o vereador e informou-lhe que não poderia estar ali sem autorização da diretoria do hospital, por conta do panorama atual da pandemia de COVID”. Nesse momento, a Dra. Adriana teria alegado que o declarante não poderia proibi-la de entrar no local, ao passo que Douglas respondeu dizendo que não era possível permitir a entrada de pessoas na ala de pacientes sem autorização da diretoria.

Segundo Douglas, a Dra. Adriana teria pegado o celular neste momento e passado a fotografar o prontuário da paciente, o que seria expressamente proibido pelas normas internas, uma vez que ela não é responsável pelo caso. Segundo a sua versão, Dra. Adriana disse que faria uma live em suas redes sociais para expor ao público que Douglas estaria proibindo um vereador de fiscalizar o hospital. Depois de ter obtido permissão para entrar no quarto com a Dra. Adriana, o vereador Vagner Malheiros conversou com a assistente social por cerca dez minutos e dirigiu-se então à saída do Pronto Socorro Central.

Em depoimento ao JA, o Dr. Daniel afirma que foi nesse instante que ele chegou ao local. “Ontem eu saí do Hospital às 19h e depois a minha esposa entrou em contato comigo falando que o Douglas estava lá, que assediou ela, impedindo tanto ela quanto o vereador Vagner Malheiros de conversar com pessoas de dentro do hospital, inclusive falou que o vereador não poderia entrar, que é proibido”, informou o Dr. Daniel, que mencionou ainda o livre acesso que todo médico tem a todos os departamentos do hospital devido à intercorrências de pacientes.

O depoimento de Dr. Daniel bate com a declaração de Douglas, que informa que, próximos à porta de observação que dá acesso ao Pronto Socorro Central, visualizaram o Dr. Daniel acusando-o de estar perseguindo a Dra. Adriana.

Segundo Douglas, a Dra. Adriana teria se dirigido a ele neste instante e falado: “Você não é homem, você só mexe com mulher, por que você não me persegue também? Vamos lá fora que eu vou te dar um pau, você vai ver”.

Na versão de Dr. Daniel, “não é uma novidade que em todos os plantões em que a Dra. Adriana está escalada, o presidente da FUSAME aparece para ficar seguindo a doutora, observando todos os lugares, fica assediando ela o tempo todo.” Segundo Daniel, assim que ele retornou ao HM, ele passou mesmo a questionar Douglas. “Por que você só vem fiscalizar o lugar em que a Dra. está? Você está instigando ela a sair do sério, você está assediando ela para desconcentrá-la, tirá-la do juízo dela”.

Dr. Daniel, por sua vez, não nega que houve agressões verbais por ambas as partes, mas afirma não ter havido qualquer agressão física entre os envolvidos. Segundo o depoimento de Douglas, entretanto, Daniel teria comentado: “Olha lá o presidente que bate em mulher, que não faz nada”, e logo em seguida Dra. Adriana teria o empurrado três ou quatro vezes dizendo: “Você não é homem? Vem para cima, vamos resolver isso”. Na declaração à polícia, Douglas informa que ficou o tempo todo de costas e que Adriana desferiu alguns tapas em seu rosto, bem como vários socos nas costas, na cabeça e na barriga.

Douglas conta que, no instante da confusão, foi colocado em um quarto de isolamento do hospital para que aguardasse a situação se acalmar e que então utilizou o telefone do serviço social para solicitar apoio da Gama (Guarda Municipal de Americana), além de ter pedido à atendente para que telefonasse ao advogado do HM, Fabio Joner.

Na versão de Dr. Daniel, no instante em que Joner havia chegado, ele teria pedido à controladora do acesso do Hospital para retirá-lo dali. “Retire esse sujeito de dentro do hospital”, declara o vereador ter ouvido de Joner. “Eu sou um cidadão e não é desse jeito que você fala comigo”, teria respondido, ao passo que nesse instante teria recebido ordem de prisão. “Eu falei: bom, então tu chama a polícia”.

De acordo com boletim da Gama, no meio de tudo isso, a equipe foi informada via controle a respeito de uma ocorrência no HM e deslocou-se até o local, encontrando na recepção a Dra. Adriana, o Dr. Daniel e o vereador Vagner Malheiros (PSDB). Segundo Dr. Daniel, no instante em que a equipe da Gama estava presente, Joner teria chegado perto dele e desferido um soco nas costas, “para ninguém ver”. “Não houve agressão física entre eu e Douglas, só o Joner que me agrediu”, declarou o vereador. Segundo Dr. Daniel, houve agressão verbal por parte de Douglas e de Joner. “Me chamou de mediquinho de bosta, vereador de merda”.

Douglas acrescenta que o vereador Vagner Malheiros, Claudia Borges e Estela de Souza Lopes Lima estiveram presentes durante todo o incidente. De acordo com a testemunha Estela, Douglas teria permanecido calmo enquanto a Dra. Adriana teria dado “vários empurrões” e desferido “alguns tapas em sua face e soco pelas suas costas, cabeça e braços, não havendo revide de sua pessoa”. De acordo com o boletim da Gama, foi constatada violência em várias partes do corpo da vítima.

Segundo a Gama, todas as partes se dirigiram ao Plantão Policial por meios próprios onde a equipe no local acompanhou o registro dos fatos, garantindo integridade física de ambas, onde tudo transcorreu sem maiores novidades.
A equipe do JA encontrou em contato com a Dra. Adriana sem sucesso. Sobre o possível contato, Dr. Daniel afirmou que ela estaria muito abalada para atender a equipe jornalística. Também foi tentado contato com o vereador Vagner Malheiros, que não retornou as nossas ligações.

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