Rafael de Barros é Secretário de Desenvolvimento Econômico de Americana durante a gestão Chico Sardelli (PV). Ele tem MBA em Gestão Estratégica, pós-graduação em Economia pelo Instituto Mises e em Gestão Pública pelo Insper. Também tem formação em Lideranças Políticas pelo RenovaBR com especialização em Desenvolvimento Econômico. Ao JA, ele conta os desafios e projetos à frente da pasta.
O que o levou a trabalhar com política?
Eu sempre gostei de acompanhar política, mas me incomodava não conhecer a fundo o assunto. Essa chavinha virou lá para 2013, 2014 e foi aí que eu comecei a minha pós em Economia, voltada para política econômica. Até então o meu trabalho principal era de empreendedor, gestor de empresa. Eu acho que as manifestações de 2013, 2014 foram importantes porque nessa época a população em geral começou a acompanhar a política de perto. Se você se afastar da política pensando que não é para você, você está dando aval para outras pessoas assumirem o controle. Se eu acho que dá para melhorar a política, eu tenho que fazer parte dessa mudança. Eu quero estudar, entender tudo o que acontece e ver o que dá para fazer para melhorar. Como minha área de interesse sempre foi econômica, eu estudei Economia voltada para a área política e então me especializei em Política. Foi aí que eu entrei para o RenovaBR. Além disso, eu acho que fui o primeiro filiado do Novo em Americana. Parte da minha entrada na política foi conhecer o pessoal do partido, participar de congressos sobre liberalismo, livre mercado, esse tipo de coisa. E então eu fui candidato a vereador em 2020, infelizmente não entrei por 40 votos, mas logo em seguida o prefeito Chico Sardelli me convidou para participar da gestão dele e fiquei muito feliz.
Você ficou surpreso com o convite?
Eu não esperava na época. Eu conhecia o Franco Sardelli há muito tempo, não da política, mas do dia a dia. O Franco tem um perfil muito parecido comigo, é um cara bem aberto, do livre mercado. Mas para mim foi uma surpresa muito boa na época. Eles sabiam da minha atuação como empreendedor na cidade, sabiam da minha formação. Eles queriam alguém bem dinâmico com bastante energia nessa área que pudesse levantar essa parte em Americana.
Você sentiu muita diferença entre o setor privado para o público?
Eu senti bastante diferença, mas já estava preparado para ela. Eu sabia que a forma de lidar com funcionários do setor público é diferente do setor privado. No setor privado, se eu monto uma empresa, eu contrato as pessoas de acordo com a característica que quero para cada vaga. No setor público você tem os seus colaboradores e você tem que extrair o melhor deles para cada uma das áreas. Eu quero deixar muito claro aqui que a minha equipe é maravilhosa. Tudo que a gente propôs fazer até agora foi amplamente abraçado pela equipe, muito bem executado. Apesar de existir essa diferença, eu estava preparado para ela, por isso para mim não houve muita dificuldade.
De que forma a conquista do prêmio Cidade Amiga do 5G pode ajudar no desenvolvimento econômico para a cidade?
Dentro da Sec. de Desenvolvimento Econômico, eu tenho um quadro de objetivos que já foi compartilhado com a equipe: projetos de longuíssimo prazo (durante a gestão toda), longo prazo (um ano para fazer), médio prazo (dois ou três meses) e curto prazo (agora). Tudo depende da complexidade dos projetos. Esse era um projeto de médio prazo. Há um ano a gente vem realizando internamente os processos. Teve uma grande colaboração do Legislativo. Como isso impacta a cidade? O fato de Americana ser considerada a cidade número um do Brasil no 5G faz com que todo setor produtivo olhe para a gente. As cidades que estão à frente nisso são olhadas com carinho para quem quiser fazer investimento, principalmente no setor de tecnologia, um setor que a gente quer desenvolver aqui na cidade. O 5G vai impactar em todas as áreas: educação, saúde, desenvolvimento econômico, indústrias.
Um shopping na cidade é um sonho antigo dos americanenses e está próximo de ser realizado com a construção do Americana Mall. Como foi o desenvolvimento do projeto?
A primeira vez que falei com o Chico e o Franco, foi até em tom de brincadeira: ‘- Quais são os objetivos do setor de Desenvolvimento Econômico? – O nosso objetivo é ter um shopping. – Então vamos trabalhar para ter um shopping’. Nesse meio do caminho, eu descobri que o Roberto Restum tinha interesse em montar o shopping. Ele já detinha uma área grande onde caberia o shopping e aí nós estreitamos o relacionamento com ele para sabermos o que ele precisava para tirar o projeto do papel. Nós nos sentamos com ele para entender o que a cidade precisava, demos total apoio institucional a ele e a gente vem acompanhando a obra.
Nós estamos em uma área com muitos shoppings, em Campinas, Santa Bárbara, Piracicaba. Por isso, foi uma grande conquista nossa, que vem se tornando realidade. As obras estão aceleradas. Não somos nós que estamos fazendo o shopping, não temos um dedo nisso, ele é um empreendimento 100% privado, mas foi uma conquista conjunta que a gente conseguiu viabilizar, tirando o projeto do papel e convencendo o empreendedor que Americana merecia e comportaria um shopping.