Criado para ampliar o acesso ao ensino superior para estudantes de baixa renda, o Fies Social tem se mostrado desafiador para quem escolhe cursos como Medicina. Embora o programa ofereça até 100% de financiamento para cursos em instituições privadas, o teto de R$ 60 mil por semestre, equivalente a R$ 10 mil mensais, não cobre a totalidade das mensalidades, que em alguns casos superam esse valor.
Em universidades particulares, onde as mensalidades de Medicina podem ultrapassar os R$ 12 mil, os estudantes se veem obrigados a pagar a diferença, o que representa um custo significativo para quem tem uma renda familiar limitada, como é o caso de muitos alunos do Fies Social.
“Para mim, o Fies Social não tem nada de social”, afirmou Eduarda Cardoso, aluna de 22 anos que está cursando Medicina. Ela explica que, com a mensalidade de R$ 2.300, não tem como arcar com esse custo, que é difícil até mesmo para sua família, que tem uma renda muito abaixo da média.
A situação é agravada pela ausência de assistência estudantil para os alunos do Fies Social, o que torna ainda mais difícil para eles se manterem no curso, especialmente para aqueles que precisam se deslocar de outras regiões para estudar. O FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), responsável pelo programa, afirmou que está avaliando possíveis ajustes no teto de financiamento para cursos de Medicina.
Embora os alunos enfrentem dificuldades financeiras, o FNDE destaca que o teto do programa visa evitar o superendividamento dos estudantes. No entanto, com a escalada das mensalidades em cursos como Medicina, os estudantes questionam a eficácia do Fies Social em cumprir seu papel de inclusão e acesso ao ensino superior.
A expectativa é de que o governo reveja as condições do programa, considerando as críticas que surgem sobre a acessibilidade real do Fies Social para quem realmente precisa.
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