O Ministério Público de São Paulo e a Corregedoria da Polícia Civil realizaram, na manhã desta terça-feira (4), uma operação de busca e apreensão contra o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, de classe especial, o mais alto nível hierárquico da corporação. A ação é um desdobramento das investigações relacionadas às denúncias de corrupção feitas por Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), que foi assassinado em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O nome de Alberto Pereira Matheus Junior surgiu durante a análise do celular do investigador Eduardo Lopes Monteiro, um dos quatro policiais civis presos pela Polícia Federal em dezembro de 2024 sob suspeita de extorquir dinheiro e bens de Gritzbach. De acordo com as investigações, o delegado fazia solicitações frequentes de dinheiro a Monteiro, com pagamentos realizados via Pix para as contas da esposa e do filho de Matheus Junior. As autoridades suspeitam que esses repasses funcionavam como uma espécie de “pedágio” para que Monteiro mantivesse seu cargo, sendo os valores provenientes de atos de corrupção policial, prática conhecida como “recolha”.
Durante a operação, os investigadores não conseguiram apreender o celular de Alberto Pereira Matheus Junior, considerado uma peça-chave na apuração. O delegado alegou ter perdido o aparelho na véspera da ação e registrou um boletim de ocorrência sobre o suposto extravio. Matheus Junior já ocupou posições de destaque no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e no Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc). Até o momento, a defesa do delegado não foi localizada para comentar o caso.
Foto: Montagem/Reprodução/Redes Sociais