Conforme o oceanólogo, Hugo Gallo Neto, presidente do instituto, o animal é de mar aberto e encalhou na praia por causa de uma possível ação humana
Um tubarão-azul, considerado uma espécie vulnerável na natureza, foi encontrado encalhado na Praia do Perequê, em Ilhabela (SP), na tarde de sábado, 20. Banhistas acionaram a equipe do Instituto Argonauta, mas quando os técnicos chegaram ao local, o espécime já havia sido devolvido ao mar. Conforme o oceanólogo, Hugo Gallo Neto, presidente do instituto, o animal é de mar aberto e encalhou na praia por causa de uma possível ação humana.
Conforme a descrição de moradores, o tubarão tinha perto de 2 metros de comprimento e estava se debatendo na areia. Ele foi empurrado para o mar e, com o movimento das ondas, conseguiu nadar para longe da faixa de areia. O oceanógrafo identificou o animal pelas imagens que circulam nas redes sociais. O tubarão-azul ocorre em todos os mares tropicais e subtropicais, alimentando-se de lulas, peixes e caranguejos, além de aves marinhas. Um espécime adulto chega a medir 4 metros.
De acordo com Gallo Neto, é normal a observação de tubarões na costa do litoral norte. “Eles fazem parte da fauna marinha e felizmente tivemos poucos incidentes envolvendo tubarões nos últimos anos, apenas dois”, disse. Ele se referia aos ataques em novembro do ano passado. Um turista francês foi atacado na Praia de Lambeiro, enquanto uma idosa de 79 anos foi mordida na perna na Praia Grande. Os dois casos foram atribuídos a exemplares de tubarão-tigre ou cabeça-chata.
Ainda segundo o especialista, o tubarão-azul não ocorre próximo à costa. “Ele encalhou devido às condições de saúde, ou devido à interação antrópica (do homem) com arte da pesca. É uma espécie que precisa nadar para manter a respiração, o que também pode ter contribuído para o encalhe”, disse. Ele orienta que as pessoas não devem se aproximar de tubarões encalhados pois, para tentar se defender, ele pode morder alguém. O ideal é isolar a área e acionar um órgão ambiental ou o Corpo de Bombeiros.
O tubarão azul é uma espécie vulnerável, considerada “quase ameaçada” segundo a lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN sigla em inglês). A espécie sofre pressão pelo tipo de pesca de espinhel, ou seja, um aparelho de pesca que funciona de forma passiva, com a utilização de iscas para a atração dos peixes.