A Rússia sob o governo de Vladimir Putin tem sido palco de uma crescente onda de repressão contra a comunidade LGBTQIA+, com medidas recentes que chocaram a comunidade internacional. Em uma atitude drástica, o movimento LGBTQIA+ foi colocado na lista de entidades terroristas, evidenciando uma escalada nas políticas discriminatórias do governo russo.
A Suprema Corte russa, em uma decisão controversa em novembro passado, declarou o movimento LGBTQIA+ como extremista, abrindo caminho para medidas ainda mais severas contra ativistas e membros da comunidade. Essa decisão foi seguida por uma série de ações punitivas, incluindo penalidades extremas para indivíduos que desafiam as restrições impostas pelo Estado.
Na última quarta-feira (20), um bar localizado em Orenburg foi alvo das autoridades russas, e seus proprietários agora enfrentam a possibilidade de até dez anos de prisão. Esse caso é apenas um exemplo do clima de intimidação e repressão que permeia o país, especialmente quando se trata de questões relacionadas à diversidade sexual e de gênero.
A situação atingiu um ponto crítico, com cidadãos russos enfrentando multas por simplesmente expressarem apoio à causa LGBTQIA+. Fotografias com bandeiras de arco-íris se tornaram motivo para sanções governamentais, demonstrando a extensão do controle estatal sobre a liberdade de expressão e associação.
Em um incidente particularmente alarmante, duas mulheres foram multadas por postarem um vídeo em que se beijavam, um gesto de afeto que foi tratado como uma violação das rígidas normas de moralidade impostas pelo governo.
É importante notar que a homossexualidade deixou de ser considerada crime na Rússia em 1993, durante o governo de Boris Iéltsin, marcando um momento de avanço progressivo para os direitos LGBTQIA+ no país. No entanto, desde que Putin assumiu o poder, as leis tornaram-se progressivamente mais restritivas, com o presidente chegando a caracterizar o Ocidente como “satânico”.