Ex-prefeito alegou que a Prefeitura tem condições de enviar os pacientes para Barretos, que fica a mais de 300 km de distância
Nesta quarta-feira (27), Omar Najar (MDB) causou polêmica na cidade. Em entrevista a rádio Vox FM, o ex-prefeito se declarou contra a Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) em Americana e defendeu a continuidade do envio dos enfermos para a cidade de Barretos, que está localizada a mais de 300 km de distância.
Durante a entrevista, Najar chamou a Unacon de “presente de grego” e “negócio de câncer, em Americana”. A unidade será inaugurada em maio e também atenderá pacientes de cidades vizinhas, como Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa. No entanto, o motivo de inconformidade do ex-prefeito é motivado pelos custos que a unidade trará para os cofres municipais, já que além do repasse estadual, o poder público municipal também investirá na gestão da Unacon.
“Esse é um presente de grego que está nos dando, pois vai dar R$ 500 [mil] e a prefeitura vai gastar R$ 5 [milhões]. E nós vamos ter que atender Santa Bárbara e Nova Odessa”, disse o ex-prefeito.
Najar afirmou ainda que, em sua opinião, atender essa demanda é obrigação do Estado e não de Americana. Para o ex-prefeito, não há justificativa para o município se tornar sede de uma nova unidade de tratamento da patologia.
“Americana tem o hospital de Barretos e uma série de hospitais que tratam o câncer aqui na região que Americana não precisaria ser a sede disso aí. Eu acho que, na minha opinião, eu não faria isso. A gente sabe que existe na nossa região quase 30 mil pessoas com essa doença que, infelizmente a gente sabe que a família sofre, mas o município tem que dar toda assistência para transporte desses (sic) pessoal e não querer montar negócio de câncer em Americana”, concluiu.
A redação do JA tentou entrar em contato com o ex-prefeito, mas até a publicação desta matéria não conseguiu contato ou retorno.
Unacon
A Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), que está alocada no segundo andar do Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, é uma parceria entre a prefeitura e o governo do estado de São Paulo. A prefeitura investe R$ 1 milhão para adequação do espaço e, em contrapartida, o governo estadual destina R$ 500 mil reais por mês para o gerenciamento da unidade.
Estima-se que a produção anual de quimioterapia será de 5.300 procedimentos por ano e a unidade também terá a capacidade de uma produção de 650 cirurgias na ala de oncologia.
Na época do anúncio, o prefeito Chico Sardeli (PV) conversou com a redação do JA e comentou a importância de uma unidade como essa na cidade. “Espero que nunca ninguém precise, mas aqueles que precisarem passam a ter essa comodidade mais próxima, do lado da casa, sem precisar enfrentar uma viagem de 5h para ir, 5h para voltar. Por isso, essa conquista é muito importante para a cidade”, disse.