Redação Jornal Americanense

Valentina, garota com síndrome de Down, é exemplo dos benefícios da educação inclusiva

No Dia Internacional da Síndrome de Down, mãe relata vivência com a deficiência e reforça importância da educação inclusiva

Foi só depois que a filha Valentina Victoria completou 4 anos, idade obrigatória de início escolar, que a do lar Jane Luci dos Santos decidiu, enfim, enfrentar seu receio e matricular a garota com síndrome de Down na escola pública regular. “Eu cuidava dela em casa, porque achava que ela fosse sofrer. Mas, no fim, quem chorou fui eu, e de emoção, porque ela se adaptou muito bem e rápido ao ambiente escolar. Vai sempre animada para a aula, ama a professora, a cuidadora e os coleguinhas”, descreve.

O relato de Jane surge como um estímulo à educação inclusiva das pessoas com deficiências, uma das maiores conquistas a ser comemorada neste 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down.

A preocupação e o receio de mãe não eram em vão. Além de falar pouco, Valentina Victoria sempre precisou de ajuda para alimentar-se e ir ao banheiro, atividades simples, mas que, sem auxílio, tornariam quase impossível o acesso da garota à educação regular. “Meu maior sonho é que ela ganhe autonomia para viver e se defender do mundo sem mim. E a escola tem sido ótima pelo contato que proporciona com as outras crianças sem deficiência. Crescer nesse ambiente real será importante para a vida da Valentina”, destaca Jane.

“Percebo que ela tem se inspirado nos coleguinhas, sentido mais segurança e evoluído cada dia mais nesses últimos 3 anos. Vive dançando e já sabe tudo de celular”, descreve a mãe ao lado da filha de 7 anos, que mostrava na tela do telefone suas outras e ainda mais recentes inspirações: os influencers digitais com síndrome de Down.

Apoio

A decisão de matricular Valentina na educação regular, ao invés de especial, surgiu após Jane Luci conhecer o trabalho de profissionais de apoio escolar especializado, popularmente chamados de cuidadores. Desde 2020, a prefeitura de onde mora, Cuiabá (MT), oferta o apoio escolar aos alunos com deficiência por meio da Conviva Serviços. E a demanda de estudantes tem sido tanta que, de 2020 para 2023, o município aumentou em até 70% o quadro de profissionais do tipo.

“Se não houvesse o apoio escolar, não haveria condições mínimas de deixá-la em uma sala de escola pública com 30 crianças. Hoje, tenho total confiança no serviço e procuro repassar para outras mães a importância dessa inclusão”, pontua Jane.

Diretora da Conviva Serviços, Maíra Pizzo explica que, além de auxiliar o estudante na alimentação, locomoção e higiene íntima e bucal, o profissional de apoio escolar tem como missão contribuir para autonomia e situações de socialização, desafios e descobertas ao aluno assistido.

“As recentes leis que definiram o papel do apoio escolar especializado para alunos com deficiência e tornaram obrigatória a oferta gratuita desses profissionais em ambiente escolar, são um marco para a educação inclusiva. A prova é o número cada vez maior de alunos com deficiência matriculados na rede pública demandando o serviço”, frisa Maíra.

Inclusão

Assim como a família de Valentina Victoria, a maioria dos brasileiros tem concordado que a educação inclusiva é o melhor caminho para buscar equidade e qualidade na educação.

Em pesquisa realizada pelo Datafolha, encomendada pelo Instituto Alana, 76% afirmam que crianças com deficiência aprendem mais quando estudam com crianças sem deficiência. E, 86% acreditam que as escolas se tornam melhores ao incluir pessoas com deficiência.

Entre os que convivem com pessoas com deficiência no ambiente escolar, a atitude é ainda mais favorável: 93% concordam que as escolas se tornam melhores quando há inclusão.

Intitulado “O que a população brasileira pensa sobre educação inclusiva”, o estudo, realizado em 2019, ouviu 2.074 pessoas acima de 16 anos em 130 municípios.

A própria pesquisa, porém, mostra que há um caminho a ser percorrido para conscientização sobre o tema: 87% dos entrevistados concordam que os pais de crianças com deficiência têm medo que seus filhos sofram preconceito na escola comum, contra 12% que discordam.

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