O atual Secretário de Finanças conta ainda como conseguiu obter estabilidade financeira para a vinda de mais recursos para a cidade
Eder Ruzza é Secretário de Finanças do Município de Sumaré desde que o prefeito Luiz Dalben (Cidadania) assumiu o segundo mandato. Também esteve à frente das pastas de Obras, Serviços Públicos e Governo durante o primeiro mandato de Dalben. Ao JA, ele conta os desafios e conquistas à frente das finanças e traça planos para sair como candidato a prefeito.
JA: Como foi a sua entrada para a política, considerando que você cresceu rodeado por ela em seu ambiente familiar?
Eu tinha seis anos quando meu pai entrou para a política. Há muitas dificuldades. A gente escuta coisas do nosso pai que não são verdade. Por isso, demorei muito para começar a trabalhar na área. Meu pai é meu ídolo, mas a gente sabe como é a maldade das pessoas. Tive receio de entrar para a política e meus filhos passarem o que eu pensei. Graças a Deus, a política mudou bastante. Eu entendi que quando a gente vê o ambiente em que moramos melhorando com o esforço que a gente faz, nem ligamos para as intempéries da política. É gratificante passar na rua e falar para os meus filhos “a gente ajudou a construir essa escola, a reformar essa aqui”.
JA: A eleição de 2020 foi a primeira em que você se candidatou como vereador? Como foi a experiência?
Foi a primeira vez que estive com nome disponível para ser candidato, sempre trabalhei muito por trás. É uma chavinha que você tem que virar. Você tem que se despir da vergonha, saber conversar com as pessoas, agradá-las, escutá-las antes de qualquer pensamento, procurar entender o que ela está sentindo, tanto de angústia quanto de alegria. O mais importante que aprendi foi saber escutar as pessoas na rua.
JA: Atualmente você lidera a Secretaria de Finanças. Como você lida com essa responsabilidade diariamente?
Em dezembro de 2017, eu era Secretário de Serviços Públicos. De dezembro até abril de 2020, fiquei como Secretário de Obras e quase um ano como Secretário de Governo. A função como Secretário de Finanças veio em fevereiro de 2021. Nessas outras três funções que passei, fui adquirindo o conhecimento que tenho hoje. Elas me prepararam para chegar até aqui. Se eu viesse direto, teria vindo muito cru. Se você não dominar a parte burocrática do poder público, você não consegue trabalhar e progredir. Foi isso que me treinou nas outras secretarias para chegar aqui.
JA: De 2017 até 2023, ou seja, do início do primeiro mandato do Luiz Dalben até o momento, foram investidos em Sumaré R$ 263 milhões de reais, entre recursos federais e estaduais. Como esse valor chegou até o município e de que forma foi utilizado?
Vai ter mais esse ano, hein? (risos). Em 31 de dezembro, foi assinado um convênio de mais R$20 milhões; já entraram mais de R$30 milhões de recursos de empréstimo e tem mais de R$60 milhões previstos para entrar nesse ano, entre convênios federais e empréstimos que a Prefeitura fez. Hoje nós temos precatórios em dia, (pagamos R$53 milhões só em 2023). A gente vem abaixando as dívidas desde 2017. Hoje nós temos Capag (Capacidade de Pagamento), um índice que o Governo Federal dá sobre as condições de pagamento da Prefeitura. O nosso está no B. Isso proporcionou à gente uma anuência do Governo Federal para poder pegar esses empréstimos. Mas para chegar nisso, eu tive que conseguir a CND (Certidão Negativa de Débito), receber recursos, fazer investimentos, pagar fornecedores em dia, pagar os tributos dos servidores em dia para poder atingir esse momento em que conseguimos receber qualquer recurso por estar tudo em dia.
JA: Qual é o diferencial de ter um deputado na Alesp como Dirceu Dalben (Cidadania), eleito pela cidade?
É muito importante para a gente ter um deputado que traga recursos. O deputado está no segundo mandato e isso fez mudar muito o município. A abertura de portas que a gente tem no governo do Estado com o deputado também é muito importante para que atinjamos os programas, para o crescimento do município e para o equilíbrio das contas. Se a gente estivesse caminhando sem o deputado, seria muito difícil.
JA: Qual é a situação financeira de Sumaré hoje?
Eu estava reunido há pouco com a equipe financeira do município e fiz uma pergunta para alguém que está há muito tempo aqui. Perguntei quantos anos seguidos ele já viu o município fechando com um superávit financeiro. Ele falou: a gente vai fechar pelo terceiro ano seguido com superávit, mesmo com muita batalha árdua durante o ano inteiro, tendo que reduzir gastos para chegar onde estamos. Financeiramente, hoje a Prefeitura de Sumaré está equilibradíssima, pronta para crescer muito mais do que está crescendo. A gente tem que ficar estável financeiramente para fazer investimentos em infraestrutura. Essa estrutura vai trazer mais empresas para o município e assim mais recursos, mais investimentos para educação, cultura e lazer. É tudo um ciclo. E o primeiro ciclo, a estabilidade financeira, a gente alcançou.
JA: Como você enxerga o cenário político para as eleições municipais deste ano?
Vai ter uma disputa razoável no nosso cenário. Nós vamos ver um cenário com muitos candidatos. Se Deus abençoar, se der tudo certinho e eu for aprovado pelos nossos parceiros, companheiros e nossa população, eu quero ser um desses. Eu tenho vontade de vir como candidato a prefeito. Voltando lá no começo: quando falei do meu pai e o porquê dele ter entrado na política, hoje entendo muito mais. Hoje sou aquele pai que tem um filho, e você só sabe o amor de pai quando tem um filho. Hoje esse amor de pai eu tenho ao querer ser o prefeito do município. Não deixar parar o que está sendo feito, progredir, trazer mais coisas para o município, fazê-lo crescer. Eu, minha esposa, meus filhos moramos e nascemos aqui. A gente ama essa cidade.