Mirela Visnadi

Ao JA, Fernanda Meneghel fala da alegria de estar à frente do Rosa do Bem

Neste ano, a 13ª Edição da Caminhada Por Amor à Vida bateu recorde de público e reuniu 9 mil pessoas

Maria Fernanda Grecco Meneghel é presidente do Rosa do Bem e organiza anualmente a Caminhada Por Amor à Vida. Neste ano, a 13ª edição do evento bateu o recorde de público e reuniu 9 mil pessoas em seu percurso. Além da conscientização, o Rosa do Bem oferece mamografias e acompanhamento personalizado para mulheres diagnosticadas com câncer.

Quando você recorda toda a trajetória que vocês percorreram para chegar até aqui, o que fica?

Muitas histórias lindas e muita gratidão a Deus por todos esses anos. Neste ano, pela primeira vez, mulheres que acabaram de completar quarenta anos fizeram sua primeira mamografia. Isso nunca tinha acontecido. Eu sempre tive, nesses anos todos, mulheres que estavam há sete, oito anos sem fazer. Era um alerta muito grande. Eu ficava feliz que elas estavam aqui, que começavam a fazer, mas algumas acabavam sendo diagnosticadas com algum estágio mais avançado de câncer. O bacana agora é observar que todas essas que estão nessa idade para fazer o exame preventivo já estão o procurando. É um sinal que toda essa semente foi tão bem plantada que está florescendo no coração das pessoas.

Muitas mulheres estão com você ao longo do tempo. Você tem alguma história especial que queira contar?

A minha amada Elaine foi diagnosticada no dia 14 de outubro de 2017. O exame dela deu um sinal, ela foi fazer o complemento, acabou sendo diagnosticada, se tratou, realizou todos os procedimentos e graças a Deus foi curada. Continuou fazendo o acompanhamento mesmo após a cura, com medicamentos e exames ao longo desses anos. Nessa semana a gente chorou porque ela teve alta definitiva. O doutor leu a alta e comemoramos juntas. É a vida após o diagnóstico. 

Quantas mulheres foram diagnosticadas ao longo dos anos e qual dica você passa para mulheres que começam a perceber sintomas?

Foram 45 mulheres diagnosticadas. Eu as chamo de flores. Dessas, nós ainda temos três em tratamento. As outras, graças a Deus, estão curadas. Nós perdemos sete. Das sete, uma foi por Covid, uma por outro fator, cinco foram por câncer avançado ou uma recidiva. Agradecemos muito a elas, aprendemos muito com a partida delas.

“Essa campanha também é para os homens. Vocês têm que entrar nessa batalha, questionar as mulheres que estão no seu entorno, se estão realizando o seu preventivo.”

Temos que fazer o cuidado do olhar, da coloração do seio, se há alguma secreção. Faça o autoexame, ao menos um dia por mês, porque através dele a gente também pode diagnosticar. Tive uma amiga que faleceu de câncer de mama e ele havia começado através do enrugamento da pele. Ela pensava que era uma alergia. É por isso que falo: pode parecer uma bobagem mas a gente não pode deixar passar.

Você me contou a história de uma senhora que foi diagnosticada e se sentiu abraçada porque, mesmo que o diagnóstico seja doloroso, o Rosa oferece um acompanhamento acolhedor.

Foi muito bonito. Ela falou assim: “Agora então eu sou uma florzinha?”. Fiquei muito emocionada de ouvir aquilo. Eu a abracei e disse: “Uma flor com muito amor”. Vejo que a gente forma uma família de vida, com muita amizade, uma troca de amor tão grande que alimenta a alegria, a felicidade de vida.

O Rosa pretende abranger outras cidades?

Eu não tenho esse intuito. Estou com as flores para tudo, sempre. Se há algum problema ou transporte, acabo dando a cara e resolvendo. Alguma coisa está acontecendo? Venha para cá, reclame comigo e eu vou atrás da solução. Consigo fazer isso em Americana porque é mais tranquilo realizar um telefonema e resolver o problema de um hospital, curativo, medicamento… Mas não consigo fazer isso além de Americana. Meu propósito é aqui, sempre cuidando delas com amor e carinho. A gente pode até ser um exemplo para que pessoas de outras cidades possam se doar também e fazer o bem. Tomara que outras sementes nasçam em outros lugares.

Pensando em termos de propósito, além das mulheres que são atendidas, passa pela sua cabeça quantas histórias de vida você mudou através do Rosa com essa corrente do bem?

Muitas pessoas escrevem. Às vezes estou aqui e recebo uma flor, um carinho. Acho que quando você divide o amor, ele só aumenta. Quando a gente está naquela avenida, não existe diferença nenhuma. Não importa time de futebol, preferência política, religião. Ali a gente está por uma causa muito maior: a vida. Eu sinto que cada um que está naquela avenida sente como eu quando vou me deitar no travesseiro: uma vibração, energia, alegria que perpetua.

Como descrever esse sentimento que a Caminhada proporciona para cada uma das pessoas?

Viver aquilo é, para mim, melhor do que qualquer coisa que possa existir no mundo. Quando estamos na Caminhada, todos juntos, reverberamos muito além de Americana. Temos que ter esperança, alegria de viver. Não importa o que passamos, temos que ter vontade, felicidade de viver. Não importa se o mundo é triste. Abra o seu sorriso.

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