Melasma é uma mancha crônica adquirida, de causa multifatorial complexa, acometendo, na maioria vezes, mulheres, em geral entre a segunda e quarta década de vida, na qual se desenvolvem manchas acastanhadas e simétricas, de localização preferencialmente facial. Acarreta importante impacto na auto estima, e costuma ser a terceira causa em procura por atendimento especializado.
A incidência populacional do melasma varia conforme a composição étnica da população e com a incidência solar local. Em geral indivíduos com fototipos mais elevados são mais acometidos. História familiar é comum, e cerca de 40 a 60% dos indivíduos tem antecedente familiar positivo.
A sua causa não é totalmente conhecida, e muitos são os desencadeantes já estudados. Sabemos que o surgimento e a manutenção das lesões dependem da interação de fatores ambientais, hormonais e suscetibilidade genética.
A exposição solar é o principal fator desencadeante no melasma. As radiações UV provocam aumento da atividade dos melanócitos, células responsáveis por dar pigmentação à nossa pele, levando-a a produzir maiores quantidades de melanina. O melasma pode surgir de súbito, após exposição solar intensa, ou se instalar gradualmente pela exposição constante. Em geral melhora no inverno. Há recidivas quando ocorre exposição solar.
O uso de contraceptivo oral leva ao aparecimento de melasma em cerca de 8 a 29% das mulheres. Já na gestação, este número sobe para 50 a 70%. São mais comuns em pacientes com múltiplas gestações, sendo que dois terços das que desenvolvem melasma apresentam regressão das lesões espontaneamente. Já aquelas cuja causa foi desencadeada por uso hormonal oral tendem a não regredir.
Alguns medicamentos como anticonvulsivantes e antidepressivos também já são conhecidos por desencadearem a doença. O mesmo acontece com o uso de certos cosméticos. Evitá-los, principalmente aqueles que desencadeiam reações de hipersensibilidade, pode sem um passo importante no tratamento. Produtos que contenham derivados de petróleo e outros ativos fotossensibilizantes devem ser evitados a todo custo.
Outro fator relevante em cerca de 6,6 % dos indivíduos acometidos é o estresse. Isso ocorre devido aos hormônios que são liberados nestas situações, ativando receptores dos melanócitos.
Já nos homens, a doença costuma apresentar influência genética. Cerca de 70% deles têm história familiar positiva em parentes de primeiro ou segundo grau. Além disso, a foto exposição costuma ser o desencadeante mais importante.